Em movimento ao Dia Mundial do Câncer, o Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), unidade ligada ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e à Secretaria de Estado da Saúde de SP, traça perfil dos tipos de tumores que são os mais tratados dentro da Instituição entre homens e mulheres.
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Atualmente, o Icesp possui 45 mil pacientes ativos. Desse total, 56% representam o público feminino e 44% o masculino, sendo eles, na faixa-etária entre 51 a 60 anos, em sua maioria, representando 27%. Com o levantamento realizado foi possível observar que o tipo de câncer mais prevalente em mulheres é o de mama, com 37,5% dos casos, seguido por tumores no aparelho digestivo (17,7%). Já entre os homens, o câncer de próstata e órgãos genitais masculinos são os mais comuns, refletindo 36,2%. Os tumores no aparelho digestivo também são prevalentes entre os homens e aparecem em segundo lugar, representando 20,2% do total.
Os três tipos de tumores citados configuram hoje 56,1% do volume de atendimentos de toda a Instituição. É importante ressaltar que os dados são referentes aos pacientes que fazem tratamento oncológico atualmente dentro do Icesp e não representam o ranking de incidência no Brasil. “Porém são importantes porque nos permite observar qual é a população dentro da Instituição, que é considerada uma das maiores na América Latina, que atende casos de alta complexidade”, destaca a diretora de corpo clínico do Icesp, Maria Del Pilar Estevez Diz.
Ao se analisar os dois tipos de tumores mais prevalentes em homens e mulheres, ressaltam-se os tumores que acometem o aparelho digestivo. Eles representam 18,9% do total de atendimento no Instituto e merecem atenção. São eles: colorretal, também chamado do intestino grosso, câncer de estômago, esôfago, pâncreas, vias biliares e fígado. “Esses tumores são comuns e não apresentam sintomas ou sintomas frustros em sua fase precoce. No Icesp, cerca de 60 a 70% dos casos atendidos já chegam em estágios avançados da doença”, afirma o Coordenador Cirúrgico do Icesp, Ulysses Ribeiro Junior.
O especialista explica ainda que alguns sinais de que algo pode estar errado, especialmente nos tumores colorretais, são sangramento nas fezes, dor abdominal e o mais comum é a mudança do hábito intestinal. “Porém, quando o paciente chega a apresentar alguns desses sintomas, o câncer já está mais avançado. Por isso é muito importante que a população acima de 50 anos faça visitas regulares ao gastroenterologista e realize o teste de sangue oculto e colonoscopia, se necessário. Com um diagnóstico precoce, o paciente garante um tratamento mais eficaz e com melhor qualidade de vida”, diz. “Sintomas gastrointestinais, como náusea, vômito, diarreia, dor abdominal e queimação que persistem por mais de 30 dias também devem ser investigados”, alerta.
Os cânceres de mama e próstata também se destacam por possuírem algo em comum: podem ser diagnosticados de maneira precoce com exames de rotina. Por isso, é fundamental ir ao médico anualmente. “Com isso, é possível que doenças e até lesões pré-malignas sejam detectadas logo no início”, afirma Pilar.
“Boa parte dos diagnósticos de mama têm evolução favorável se tratados em tempo adequado. Por isso, é importante conhecer o seu corpo e ficar alerta aos sinais incomuns que ele possa apresentar, como retração da pele, vermelhidão, inchaço com aspecto semelhante à casca de laranja, ferida ou descamação do mamilo e saída de secreção”, garante o médico chefe do Serviço de Mastologia do Icesp, José Roberto Filassi. “Um diagnóstico precoce possibilita tratamentos menos invasivos, com maiores chances de sucesso e, principalmente, mais qualidade de vida ao paciente”, completa a médica responsável do Grupo de Oncologia Mamária do Icesp, Laura Testa.
O câncer de próstata também não apresenta sintomas, mas ficar atento a sinais como dificuldade para urinar, sangramentos e infecções urinárias são fundamentais para manter a saúde em dia, além, é claro, de visitar um urologista regularmente. “É muito importante que o homem conheça o seu próprio corpo e realize check-ups anuais a partir dos 45 anos”, destaca o médico assistente da Urologia do Icesp, Maurício Cordeiro.